Outra parte já colhida é descartada às margens das estradas rurais |
De acordo com o produtor José Celso Fogaça de
Almeida, o prejuízo só na plantação dele é de aproximadamente R$ 100 mil. Ele
afirma que não sabe o que fazer para quitar as dívidas. Ele preferiu nem fazer
a colheita para não ter mais prejuízos. Os frutos serão deixados para apodrecer
no pé.
A situação de 2014 é parecida com a enfrentada em
2012, quando também toneladas de tomate deixaram de ser colhidas devido ao
preço baixo. Já em 2013, a produção foi lucrativa para os agricultores e chegou
a faltar o produto no mercado. A caixa de 26 quilos chegou a ser vendida a R$
125.
Animados com preço bom, os produtores aumentaram a
área de plantio e, consequentemente, a oferta para este início de janeiro. O
fator foi determinante para derrubar os preços. O preço de venda das caixas não
passa de R$ 30. No índice oficial medido pela Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o valor do produto caiu 31,4% entre
janeiro e dezembro de 2013.
Para o economista Sidney de Oliveira, os produtores
erram ao apostar demais nesta safra. “Por conta dos preços que vimos no ano
passado, tivemos aí um preço atrativo. Os próprios produtores foram induzidos a
aumentar a sua área de plantio. Isso fez com que tivesse um aumento dessa
oferta que está havendo hoje. Por conta desse aumento, os preços acabam sendo
derrubados”, comenta.
No terminal de cargas do município, alguns
caminhões preferem nem seguir viagem por causa do preço. De acordo com o
transportador João Pedro Rodrigues de Oliveira, carregar os veículos não vale o
combustível gasto.
O agricultor Ismael Rosa também está sofrendo
prejuízos. Ele afirma que deve perder 50% da safra plantada. Para não colocar
tudo no lixo, decidiu dar outro destino aos frutos: os tomates estão sendo
servidos ao gado da propriedade. "É uma decepção porque é um trabalho que
envolve muitas pessoas e a gente depende da agricultura para viver. Agora, tem
que jogar a produção fora porque o tomate está desvalorizado", diz.
O secretário da agricultura João Cláudio de Almeida
Barro afirma que a situação já abalou a economia da capital do tomate. “Sem a
venda do produto que sustenta a economia da cidade, não há capital girando.
Isso prejudica os outros setores como lojas, mercados e outros
estabelecimentos”, diz. Fonte: G1.com
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